quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Um pouco de história


O bairro Caminho de Areia (nome devido a antigamente ser formado por areia, em uma região composta por mar e mangue) está localizado em Itapagipe, na região macro denominada Cidade Baixa, cuja ocupação desta ocorreu a partir da metade do século XVI, com o processo de aterro das faixas litorâneas. Entretanto, de acordo com o blog História de Salvador-Cidades Baixa e Alta (2009), há relatos de que a ocupação deste bairro teve início no século XIX, por volta de 1940, sendo considerado – assim como toda a península itapagipana – aterro sanitário de Salvador, absorvendo toda a sujeira oriunda da Cidade Alta.

Entre os bairros itapagipanos com a formação resultante do despejo de dejetos da Cidade Alta, está Alagados, um bairro pobre, com os moradores vivendo em situação precária, com residências construídas de palafitas. Os termos mais adequados para caracterizar a experiência de morar em palafitas são construção e reconstrução. Os moradores constantemente se veem obrigados a refazer suas casas em função da destruição das mesmas. De acordo com o relato de uma moradora, que reconstruía sua casa duas vezes ao ano, “isso não é vida pro ser humano. É muito sufoco”, diz. Dos utensílios domésticos que ela tinha só lhe restou a roupa do corpo. “Da última vez, a maré destruiu tudo”. Apesar da situação de risco, os moradores contam com projetos educativos e culturais, como o Bagunçaço e a TV Lata, em que os jovens desenvolvem ações como produção de vídeos e fotografia.

Na história de Itapagipe é possível encontrar vestígios do período colonial. Segundo Alves (2008), há registros de que ainda antes da fundação da cidade de Salvador, havia a presença de indígenas eurotupinambás. Esse predomínio ocorreu até a metade do século XVI. No entanto, outros povos também já habitavam o litoral baiano, como tupi, tupina, tupinaé. Após a segunda metade do século XVI, ao chegarem os escravos, iniciou-se o processo de miscigenação.

Mas os povos indígenas viviam constantes luta constante para tentar manter sua cultura. Assim, na metade do século XVI, sucederam tentativas de escravizar os índios. Foi na época em que o pau-brasil estava sendo substituído pela cana-de-açúcar. No entanto, tal iniciativa não ocorreu por completo, já que a população indígena possui o hábito de trabalhar somente para atender o necessário à sua sobrevivência. A intensidade do trabalho, a sua regularidade vai de encontro à ideologia indígena. Como consequência dessa resistência, as tribos só tinham dois caminhos a trilhar: enfrentar os colonizadores, iniciando assim uma guerra; ou fugir para a selva, facilitando a disseminação de doenças.

REFERÊNCIAS
 
- ALVES, José de Arimatéa Nogueira. Índios em Salvador (identidade, memória e alteridade). 2008
Acesso em: 16/09/11



Acesso em: 03/08/11

Acesso em: 13/07/11


Acesso em: 16/09/11
 

INTRODUÇÃO


Realizar uma pesquisa sobre o bairro Caminho de Areia implica uma análise complexa do seu percurso de formação. Afinal, antes de se tornar um bairro, esta localidade abrangeu inúmeros processos históricos, econômicos, sociais, políticos e culturais. A dinâmica social fez com que este bairro se transformasse e continue se transformando em um espaço vital para a população que nela habita. Essa vitalidade pode ser conferida através do crescimento das atividades econômicas desenvolvidas pelos moradores da região. 

Portanto, para uma ampla compreensão do percurso de formação do bairro é relevante que não se estabeleça um raciocínio reducionista ao se contentar com informações apenas sobre o bairro em sim, mas é relevante também que se pesquise as principais categorias que compõem o mesmo durante seu processo histórico. 

Dessa forma, as informações foram postadas nesse blog com o intuito de realizar uma constante atualização dos dados, de forma a complementar o conteúdo abordado. Faz-se necessário que haja uma pesquisa mais aprofundada sobre as categorias acima mencionadas, como: cidade baixa; península itapagipana; informações sobre Salvador; o Estado da Bahia; e sobre o Brasil, até se chegar à formação do Caminho de Areia. Não deve haver uma hierarquia dessas categorias, e sim uma integração entre elas. E é nessa perspectiva que as informações serão postadas gradativamente nesse blog.